O BARATEAMENTO DOS PAINÉIS SOLARES AO LONGO DO TEMPO NO BRASIL E NO MUNDO

Durante muitos anos a energia solar foi o elefante branco na sala das matrizes limpas. A primeira célula fotovoltaica moderna foi concebida em 1954 pelo engenheiro estadunidense Russell Shoemaker Ohl, sendo apresentada ao público durante uma reunião na National Academy of Sciences e entrando em modo de produção a nível industrial 4 anos mais tarde.

Em seus primeiros anos de existência comercial, painéis eram reconhecidos por seus preços exorbitantes, especialmente em razão do silício, sua matéria-prima, que apesar de ser segundo elemento mais abundante na crosta terrestre (cerca de 28% em massa), possui altos custos associados ao seu refinamento e processamento. Ainda que desde os anos 1970 grandes empreendimentos tenham sido criados em torno da energia solar, como o Solar One, o primeiro prédio abastecido inteiramente por placas fotovoltaicas, a tecnologia ficava restrita ao uso de grandes universidades e centros de pesquisa americanos e europeus, que podiam arcar com seus valores.

Foi apenas no final dessa década que os custos para a produção de células começaram a despencar. Em 1958, os painéis solares custavam cerca de US$ 300 por watt. Já em 1975, esse número caiu para pouco mais de US$ 100 o watt em razão da popularização da matriz, do melhoramento dos procedimentos fabris de processamento de silício e da criação do Solar Energy Research, o primeiro órgão governamental americano dedicado ao estudo e aprimoramento do setor de energia solar.

Com a chegada de 1980, os preços dos painéis solares caíram pelo menos 10% a cada ano até chegarmos ao cenário atual, em que cada unidade custa apenas US$ 0,50 por watt.

Os 10 anos que separam 2009 e 2019 se configuram como os mais impressionantes em termos de recordes de barateamento de equipamento: apenas nesse período, o valor médio de uma placa doméstica, que era de US$359, passou a custar US$40. Tal fenômeno deve ser creditado à expansão astronômica do setor nos Estados Unidos, com mais de um milhão de casas no país aderindo às instalações solares residenciais em 2016 e um crescimento de emprego na indústria solar aumentando 20 vezes mais rápido do que a média nacional.

Além da otimização dos materiais e da popularização, outro movimento justifica a queda nos preços: incentivos fiscais. Nos Estados Unidos, os governos estaduais, motivados pelos avanços científicos produzidos pelo segmento fotovoltaico e pelo discurso ambiental, oferecem créditos de 30% para quem instala painéis solares residenciais ou comerciais, motivando a adoção da matriz por parte da população.

Para o Brasil, no entanto, o caminho para o barateamento seguiu outros rumos. Somos reconhecidos por nossa aderência tardia ao modal solar, com a primeira usina nacional sendo instalada apenas em agosto de 2011 no município de Tauá, no sertão do Ceará. A Resolução Normativa nº82, ou RN/482, publicada em 2012 pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), foi a principal responsável pelo pontapé de diminuição de custos, permitindo com que o consumidor pudesse gerar sua própria energia, distribuindo-a livremente, viabilizando assim a produção por pequenos geradores independentes.

Dessa maneira, a difusão da energia solar no nosso país não se deu apenas através de grandes projetos acadêmicos ou entre empresas milionárias, e sim por meio da autonomia de pequenos geradores, que aos poucos passaram a também receber incentivos, com a criação dos sistemas de crédito para energia solar, formalizada no ano seguinte, e a inauguração da primeira fábrica nacional de painéis em Valinhos, São Paulo, no ano de 2014, que diminuiu os custos associados à importação de tecnologia em quase 20%.

Até os dias de hoje os geradores independentes ocupam um lugar de protagonismo na cena fotovoltaica brasileira, exigindo mais regulamentos jurídicos e popularizando a matriz solar a preços mais acessíveis, uma vez que o compartilhamento de energia através da rede permite com que mais pessoas usufruam dos seus benefícios sem precisarem necessariamente fazer grandes investimentos com infraestrutura ou obras.

O trabalho da SOL Copérnico é continuar investindo no barateamento da energia solar por intermédio do aprimoramento dessa conjuntura de compartilhamento.

A Portabilidade da SOL é um sistema de assinatura que redireciona cotas de usinas solares próprias para residências através de um processo 100% digital, ampliando a comunidade brasileira engajada com a democratização da matriz e abrindo caminho para um futuro cada vez mais sustentável, inovador e, acima de tudo, inclusivo.

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